sábado, agosto 06, 2005

O CURSO!

Como eu disse o curso falou muita coisa que eu já sabia!
Mas tiveram coisas muito boas.
Primeiro projetar com acessibilidade, agora é uma obrigatoriedade prevista pela legislação, é o ato de planejar levando em consideração as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Isso inclui, todas as pessoas, inclusive idosos, pessoas que por exemplo quebraram a perna e estão com a mobilidade reduzida temporariamente.
Aguns dados:
- 30% da população tem alguma espécie de deficiência
- na cidade de Sampa isso quer dizer uma Campinas inteira
Acessibilidade é garantir a todas as pessoas o acesso a todos os componentes dos ambientes com segurança e autonomia.
Um outro dado é que a porcentagem maior são de pessoas com deficiência visual.
Foi feita uma vivência, eu tive que vendar os olhos e colocar um tampão nos ouvidos, e confiar numa pessoa que nunca tinha visto para ajudar na minha locomoção, fomos em todos os ambientes do edificio, fomos até a calçada.
Como eu sempre confio nas pessoas, até que me provem o contrário, me senti tranquila, coloquei minha mão no ombro dela, e fomos andar. Comecei a sentir, a perceber coisas que normalmente não sinto, a mudança de acabamentos dos pisos, os degraus, até mesmo os pequenos desníveis se tornaram um empecilho enorme, ir ao banheiro, beber água, descer as escadas, usar o corrimão.....sensações diferentes e que faz a gente pensar nas pequenas barreiras arquitetônicas que se transformam em grandes.
Um dos palestrantes, é deficiente físico está numa cadeira de rodas devido a um acidente de carro a 25 anos e hoje ele tem 45, o que ele disse:
- Eu não posso mudar, não vou sair por aí andando, quem tem que mudar são vocês, mudar seus projetos, quando eu chego a algum lugar que não tem acessibilidade é como se tivesse uma placa proibindo minha entrada. Já pensou se tivesse uma placa, dizendo que é proibida a entrada de negros, ou idosos, ou crianças, ou loiras, ou brancos?
Então vamos lá repensar nossos projetos, afinal vamos ficar velhos ou não?
E quando o Niemeyer esteve no Memorial da Ámerica Latina, não conseguiu subir a rampa que ele mesmo projetou, a rampa é linda, mas deveria existir um acesso para quem não consegue subi-la. Acho que nunca pensou que fosse ficar velho.
Então como pretendo ficar bem velhinha, e curtir a terceira idade, fazendo tudo que é coisa de graça, vou começar a pensar melhor na acessibilidade.

beijos. bom fim de semana. E A VIDA É BELA.

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